Pedagogia/UFRGS/Aprendizagens

terça-feira, abril 28, 2009

Entrevistas Étnico Raciais na Escola

Como você se sente sendo aluno negro nesta escola?
Mariana B. 8 anos
- Eu sinto, às vezes umas crianças, diz que eu sou feia e preta. Eu digo que sou preta, mas feia não. Minha mãe falou pra eu responder isto.
- A escola é boa, mas as crianças são ruim às vezes. Porque elas não gostam de preto, falam mal e não deixa brincar nas brincadeiras no pátio.
- Eu tenho outras crianças que são boas comigo e são branca.
- Me sinto feliz na escola, minha professora gosta muito de mim.
Flávio C. 10 anos
- Gosto desta escola. Eu estudava na outra e tinha um guri que me batia e dizia que eu fedia muito. Eu bati nele pra valer. Meu avô mandou, que assim ele me respeitava.
- Aprendeu. Não me bate nem diz nada de fedor meu. Mas eu saí daquela escola.
- Meus colegas sempre brincam comigo nesta.
- Meus professores falam bastante do racismo, da consciência negra. Eu achei bom.
obs.: Em itálico as expressões incorretas nas falas, pois os relatos estão exatamente como foram ditos.

Os nomes são fictícios mas as idades não.
A partir das entrevistas, das relações diárias e da reflexão do texto de Marilene Pare, há de se aperfeiçoar nossas estruturas em relação as nove dimensões de expressão cultural.
É possível sentir na primeira entrevista o “falso” desligamento que a menina sente em ser rejeitada por alguns, tanto que conta primeiro das situações ruins. Somente depois explica como se defende e que possui bons amigos brancos. A forma inibida que se defende diante do racismo, ensinado pela mãe apresenta a fragilidade e o descontamento. A presença da mãe como incentivadora e amorosa, provando a filha a sua beleza, constitui força e coragem para a menina.

Na entrevista com Flávio, que veio de outra escola por motivos de mudança de endereço, nota-se a violência, como meio de impor-se. Incentivado pelo avô torna-se “forte” através da agressão. Porém diante das suas colocações percebe-se que não há receio em ser negro. Aponta como normal ser desta cor. Diferente da menina que não está bem convencida.
Sente-se bem em ser negro. Gosta de sua cor e tem auto estima elevada.
Ambos têm bom desempenho escolar. E Flávio apesar do relato que fez, não apresenta inimigos na escola, pelo contrário. Sendo ótimo leitor, está sempre na biblioteca ajudando o quanto pode a todos, obtendo muitas amizades e carinho por todos.

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segunda-feira, abril 27, 2009

Estádios de Desenvolvimento - Piaget


Piaget nos define como quatro os estádios de desenvolvimento e coloca que o ordenamento é constante porém as idades variam. Variam de cultura para cultura e dentro delas também há variáveis.


Sensório- motor (dos 0 aos 18/24 meses)
Estádio pré- operatório (dos 2 aos 7 anos )
Estádio das operações concretas ( dos 7 aos 11/12 anos)
Estádio das operações formais ( dos 11/12 aos 15/16 anos)

recortes de:
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/


eixo6/psicologiaii/epistemologia_genetica_e_


construcao_do_conhecimento.pdf


Com comentários reflexivos a respeito da aprendizagem.


Em outro texto, Piaget (1972b) relembra que:
"A ordem de sucessão desses estágios, como foi mostrado é extremamente regular e comparável aos estados de uma embriogênese. A velocidade do desenvolvimento, no entanto, pode variar de um a outro indivíduo e também de um a outro social; conseqüentemente, podemos encontrar algumas crianças que avançam rapidamente ou outras que avançam lentamente, mas isso não muda a ordem de sucessão dos estágios pelos quais passam.
Em outra passagem ainda, Piaget (1972c) comenta que:
Acima de tudo a maturação não explica tudo, porque a idade média na qual este estágio [sensório-motor] aparece (idade cronológica média) varia grandemente de uma para outra sociedade. O ordenamento desses estágios é constante e tem sido encontrado em todas as sociedades estudadas.
A experiência da criança sensório - motora é praticamente sua interação imediata, através de seus sentidos, com o meio. A experiência de ver objetos e sua busca em vê-los é típica deste estádio e muito colaborativa para as aprendizagens da criança. perdurando até a linguagem.
“A inteligência sensório – motora que se caracteriza por ser exclusivamente prática perdura até o aparecimento da linguagem"
Ex.:
Luíza, nove meses, joga sua bolinha preferida, por vezes repetidas ao chão. O pai se cansa e esconde. A menina ri e a pede de volta, sabendo que ela ainda existe, em outro lugar somente.
No momento em que ela percebe um objeto “sumir” e entende que ainda está ali, observa-se evolução neste estádio.
"o pensamento da criança pré-operatória é egocêntrico, o que significa que não é capaz de lidar com idéias diferentes das suas em relação a um determinado tema.”

Ex.:
Natália dois anos canta uma música e a mãe lhe corrige a nota, ela aceita. Repetindo a canção corretamente. Logo continua a música e a mãe lhe corrige a letra. Natália não aceita.
Responde da seguinte forma:
- Eu não gosto das tuas coisas! (- Eu não góto das tua coias!)
- Que coisas?
- A minha música é assim... (-A minha muca é assim.)

No estádio das operações concretas:

“A construção da capacidade de reversibilidade do pensamento assinala o ingresso
nas operações concretas. A criança torna-se, então, capaz de realizar operações, ou seja, ações mentais, embora limitadas pelo mundo real.”

Ex.:
Iaramin de 7 anos e seu professor de música estão há algum tempo “treinando” a mão esquerda do violino e direita do arco. Chegado um determinado dia a aluna não quer mais a figura destes objetos feitos à caneta em suas mãos e diz saber exatamente qual é esquerda e direita. A partir desta etapa observa-se o uso prático de lateralidade em suas aplicações diárias.
Neste estádio são construídas as aprendizagens de classificação, seriação, peso, volume, conservação física de substâncias e medida.

" ... na ocasião da passagem para o operatório formal há uma inversão nas relações entre o real e o possível"
O operatório-formal permite trabalhar com o pensamento hipotético-dedutivo e estabelecer relações entre diferentes teorias.
No período operatório-formal o sujeito terá à disposição instrumentos oriundos do plano das possibilidades, os quais permitem estabelecer relações entre teorias, produzindo nelas transformações”


Ex.:
Ítalo, onze anos, aprendeu a tocar a música: And Love Her.
Chegando da aula de música tocou-a novamente com algumas partes no agudo. Ele observou que a música ficava mais melancólica e forte. E no grave mais simples e suave.


Este período contempla as transformações que o sujeito provoca nos objetos a partir de suas manipulações.

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domingo, abril 26, 2009

Epistemologia Genética




O ser humano encontra em seu espaço movimento constante para suas construções e aprendizagens.


Assimila, empregando elementos novos aos velhos, reagindo com seu meio. E...


Acomoda, incorporando idéias novas, entendendo a si próprio diante do fato.



Em "O nascimento da inteligência na criança" Piaget define inteligência “como a busca intencional de meios para atingir um fim”



Estas relações entre sujeito e meio, mostram uma interação profunda, de maneira que a assimilação e acomodação vão se complementando, fundindo-se, no propósito de "atingir um fim".
Inhelder, Bovet e Sinclair (1977, p.263) afirmam que: “Aprender é proceder a uma síntese indefinidamente renovada entre a continuidade e a novidade”.


Estas relações cotidianas e quase imperceptíveis, caso não fossem olhos atentos dos estudiosos, professores e pedagogos, nos propoem o repensar nas salas de aula. Quando se lê a palavra "novidade".
Porém Maturana lembra que a prendizagem é um processo conservador, pois conserva tudo que já existe.E para que continue a existir deve haver mudança sempre.

“A novidade
trazida pela aprendizagem e a continuidade garantida pelo desenvolvimento”
(BECKER, 2001a, p.25-6)."

"O pensamento pula de uma coisa que ele conhece para uma coisa que ele não conhece!" Rubem Alves

Esta interação ou interacionismo é como a dança de passos infinitos, que leva - nos a mundos fascinates, por cantigas conhecidas.

Aqui já sei e logo ali já aprendi, volto e consigo realizar o movimento completo, entretanto a dança está seguindo e noto que há diferenças do que apresento. Pronto. Estabeleço contato e de novo aprendo!

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domingo, abril 19, 2009

Inclusão


Através de vídeos do Ministério da Educação sobre a inclusão, posto algumas reflexões...
O atendimento educacional especializado não é uma prática do dia -a - dia, ainda.
O curso que destina-se a professores, visa provocar consciência e transformação na sala de aula.
O aluno com necessidades educacionais especiais tem seu direito garantido a escola pública desde 1988.
A partir da escola em regime comum, devem os responsáveis, juntamente com os professores averiguar a necessidade de um acompanhamento especial. Este, porém deve ser adequado ao tempo escolar, não podendo coincidirem.
O atendimento especializado vai complementar e não realizar o trabalho da escola, como procedia antes de 1988. Este deve dar suporte ao aluno com necessidades especiais, para obter segurança e estratégias no entendimento de suas dificuldades. Podendo assim lidar com a sala de aula comum.
Onde procurar este Atendimento de Educação Especializada se o aluno é de uma escola (pública ou privada) que ainda não o oferece o mesmo?
Os responsáveis devem levar ao conhecimento da direção suas necessidades. Se ainda assim isto não ocorrer, devem encaminhar por escrito ao Ministério Público o que está acontecendo e cabe a este resolver a questão por qualidade e justiça.

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sábado, abril 18, 2009

Mosaico Étnico





Com base na prática realizada pela professora Andréia Rodrigues em sua 4ª série,
pude observar o desenvolvimento da reconstrução dos conceitos etnia e raça, através da pesquisa individual e dirigida aos familiares de cada aluno.Do resgate individual da cultura e etnia em si, juntamente com a apreciação e valoração das afirmativas encontradas. Pois através de relatos escritos e orais , os alunos demonstaram o quanto lhes foi positiva esta pesquisa e construção de "Mosaico", pois através destes trabalhos, puderam perceber suas diferenças e igualdades. Razão para respeito e companheirismo.

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quinta-feira, abril 16, 2009

Competências de professores - Nível Nacional



Segundo Maria Helena Michels - Gestão, formação docente e inclusão -



“As competências nos documentos políticos dizem respeito ao que o professor deve saber:


*Trabalhar em parceria com a comunidade escolar
*Resolver problemas da escola
*Achar soluções criativas aos problema concernentes ao processo ensino aprendizagem de seus alunos, até mesmo nas situações da comunidade em que está inserido."


O Estado se reserva de provedor e sitematiza o controle através de

*SAEB Sistema de Avaliação da Educação Básica
*Enem Exame Nacional de Ensino Médio
*Enc Exame Nacional de Cursos
A escola, digo, os profissionais se responsabilizam pelos problemas inteiramente. Não têm espaço para suas próprias necessidades, ou seja é como se tudo já estivesse solucionado, inclusive a inclusão, que com amor já se basta. Inserindo na sociedade sujeitos, mas com deficiência de aprendizagem, porém com ressalvas, pois produzem conforme suas condições, não conforme deveriam.
Sem contar com a entrada da siociedade civil na entidade escolar "auxiliando na resolução de problemas".

Como diria um bom amigo ( se ele ler este blog se visualizará):

"Na sala de cirurgia não entra ninguém para opinar no procedimento , na sala do advogado não entra ninguém para interferir em defesa de causa, na sala do empresário não entra ninguém para auxiliar no melhor investimento do dia. Na sala do professor entra toda a comunidade...
Amigos da escola, ao invés de SOE's, etc.

O futuro de fracassos ou sucessos escolares dependem dos profissionais, que com seus cursos de Magistério, levam no coração a ingênua vontade da transformação.

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sexta-feira, abril 10, 2009

Comparações Pedagógicas e Epistemológicas




Durante aula de Psicologia IIem 09/04/09, pudemos fazer a retomada do todo estudado. Colocando na prática a teoria, verbalizando dúvidas e trocando experiências da rede virtual, num momento presencial

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História, Deficiência e Educação Especial

Recortes do texto de Arlete Aparecida Bertoldo Miranda - Doutora em Educação -
Reflexões sobre texto:
"Jean Itard e Victor do Aveyron: uma experiência pedagógica do século XIX e suas repercussões"
Luci Banks-Leite e Izabel Galvão

"No início do século XIX, o médico Jean Marc Itard (1774-1838) desenvolveu as primeiras tentativas de educar uma criança de doze anos de idade, chamado Vitor, mais conhecido como o "Selvagem de Aveyron". Reconhecido como o primeiro estudioso a usar métodos sistematizados para o ensino de deficientes, ele estava certo de que a inteligência de seu aluno era educável..."

”Desde que foram escritos, entre 1801 e 1805 os relatórios de Jean Itard têm conhecido sucessivos eclipses seguidos de redescobertas. Narrativa datada de quase duzentos anos, os relatórios de Jean Itard continuam extremamente atuais e provocadores”.


Tanto seguiu-se sua pesquisa que a médica pedagoga Mª Montessori utiliza-se de seus relatórios (sec XIX), logo depois seu discipulo Séguin, fala em Itard em sua tese de doutorado na França dedicando-se a educação dos deficientes.
Da história brasileira podemos contar:
"Em 1967, a Sociedade Pestalozzi do Brasil, criada em 1945, já contava com 16 instituições por todo o país. Criada em 1954, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais já contava também com 16 instituições em 1962. Nessa época, foi criada a Federação Nacional das APAES (FENAPAES) que, em 1963, realizou seu primeiro congresso (MENDES, 1995)".

Ainda assim se direcionarmos nosso olhar para a escola em geral, vamos encontrar um campo infértil.
"O como incluir tem se constituído a maior preocupação de pais, professores e estudiosos, considerando que a inclusão só se efetivará se ocorrerem transformações estruturais no sistema educacional."


Jean Itard determina seriedade e empenho em sua tarefa, apesar de não alcançar êxito com o menino de Aveyron, faz uma coletânea de estudos muito significativos para atualidade com necessidades especiais.
Vimos que as discussões em torno do processo de inclusão, evidenciadas por pesquisadores e estudiosos da área de Educação Especial se limita a teorias, com poucas determinações práticas.
Diante deste processo lento frequentemente desprovido de colaboradores, nós educadores nos vimos em situações de desamparo e angústias.

Professores em geral amam suas tarefas, como diria Rubem Alves:

"Toda experiência de aprendizagem inicia com uma experiência."

Assim através de nossas experiências com necessidades especiais vamos construindo escolas que apesar de ainda não ajustarem seus espaços para o recebimento destas crianças, nós vamos fazendo transformações de estruturas emocionais e intelectuais, garantindo o trabalho humano, na expectativa da evolução.
*Imagem do Hospital Bicêtre - França

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Lili é Uma Boneca

"Lili
é uma boneca
que canta
que chora
E que ri.
Lili Lili Lili
Ai Lili ai Lili Ai low..."

Na infância havia uma música linda que minha mãe cantava.


Falava de uma boneca que não existia. Eu pensava que bom se fosse verdade.
Na capacidade infantil de realizar sonhos pensava que um dia aconteceria.

Se ela não viesse eu teria uma filhinha e a chamaria carinhosamente de Lili.

Lili nasceu há 8 anos atrás!
Parabéns minha Lili !

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segunda-feira, abril 06, 2009

EPNEES



Os portadores de necessidades especiais, durante a história da humanidade sofreram discriminação e a impossibilidade de acessar e utilizar espaços sociais e equipamentos urbanos, não somente ambientes físicos, mas espaços de comunicação truncados aos tipos de suas necessidades.
A Lei Federal n.º 7.853, de 24 de outubro de 1989, estabelece os direitos básicos das pessoas portadoras de deficiência. garantindo escolaridade, saúde e trabalho.
Dados retirados do site: http://www.deficienteeficiente.com.br/cartilhainclusao.html

A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2%(dois por cento) a 5%(cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas. O percentual a ser aplicado é sempre de acordo com o número total de empregados das empresas, dessa forma:

I – até 200 empregados 2%.

II – de 201 a 500 – 3%.

III – de 501 a 1000 – 4%.

IV – de 1001 em diante – 5%

Apesar de tantas prioridades e acompanhamento aos portadores de necessidades especiais, ainda muitas empresas questionam a escolaridade baixa por parte dos contratados. Esta situação é de fazer refletir qualquer professor.
Ao assistir o vídeo, podemos sentir exatamente o que é ser diferente perante os demais.
Me ocorre uma oficina realizada em Alvorada, para fins de inclusão na sala de aula. O curso era ministrado e o tempo integral estávamos de olhos vendados. Foi uma pequena amostra das dificuldades vividas por pessoas portadoras de necessidades especiais, assim como o vídeo: "Se você vivesse aqui?"
Reflexões necessárias a todos que se envolvem direta ou indiretamente com estas experiências.

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construtivismo


O professor Fernando Becker faz uma reconstrução em torno de toda a realidade docente.

Avalia cada caminho escolhido (consciente ou não por estes), faz análise detalhada e consegue trazer o conceito:

Reflexão à prática diária é a solução! (para nova retomada)

Nosso mestre Paulo Freire já nos aponta esta direção.

Porém através do professor Fernando, tais conhecimentos, que percorreram linhas, atingiram a rede internet, conseguiram atravessar um limite diferente. Aliás esta "diferença" está em Fernando Becker, que através da sua sensibilidade, simplicidade e visão realista (que não enfeita para embelezar ou super valorizar a edição),contempla a verdade das salas de aula, com muita base teórica. Retratando Piaget numa inspiração tranquila e consistente. Conseguindo assim desestruturar a idéia , alicerçando o construtivismo e a capacidade de aplicação na vida prática. Afastando o apriorismo e o empirismo - formas divergentes e desvinculadas da aprendizagem -



://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo6/psicologiaii/construtivismo.htmlhttp

Fernando Becker

"FREUD, no início deste século, na Psicanálise, afirma que o homem nem ao menos é dono de sua consciência e de seus atos, pois estes são determinados, em larga escala, pelo inconsciente, que é um "sistema dinâmico em permanente atividade", profundamente enraizado nas relações sociais."

"0 princípio da transformação está na essência do próprio ser. Neste
século, já sob a influência da física relativista e da mecânica quântica, PIAGET faz refletir estas idéias na Psicologia, na Filosofia e, mais especificamente, na Epistemologia, construindo uma
nova ciência a que chamou de Epistemologia Genética. "

"Sujeito e objeto não têm existência prévia, a priori: eles se constituem mutuamente, na interação. Eles se constroem."
Como?
"No caso de PIAGET, o mundo do conhecimento: sua gênese e seu
desenvolvimento. Construtivismo não é uma prática ou um método; não é uma técnica de ensino nem uma forma de aprendizagem; não é um projeto escolar; é, sim, uma teoria que permite (re)interpretar todas essas coisas, jogando-nos para dentro do movimento da História - da Humanidade e do Universo. Não se pode esquecer que, em PIAGET,
aprendizagem só tem sentido na medida em que coincide com o processo de desenvolvimento do conhecimento, com o movimento das estruturas da consciência.
Que sentido terá construtivismo na Educação? Novas formas de ir contra o sistema q teima em transmitir conhecimento."
"a ruptura acontece se o professor pára a sua prática e reflete sobre ela. 0 que acontece por força dessa reflexão? O professor dá-se conta (toma consciência) de que a extensão da estrutura do seu pensar é muito limitada, de que ele precisa ampliar essa estrutura ou, até, construir uma nova.
Ora, ele faz isto precisamente por esse processo de reflexão. Ao apropriar-se de sua prática, ele constrói -ou reconstrói -as estruturas do seu pensar, ampliando sua capacidade, simultaneamente, em compreensão e em extensão. Essa construção é possível na medida em que ele tem a prática, a ação própria; e, também, na medida em que ele se apropria de teoria(s) suficientemente critica(s) para dar conta das qualidades e dos limites de sua prática. Essas duas condições são absolutamente indispensáveis para o avanço do conhecimento, para a ruptura com o senso comum na explicação do conhecimento
Na visão construtivista, sujeito e meio têm toda a importância que se pode imaginar, mas essa é radicalmente relativa .
Eu valorizo o sujeito na medida em que valorizo o objeto, e vice-versa. Como posso valorizar o indivíduo, subestimando o poder de determinação da sociedade? Como posso valorizar a sociedade, subestimando a capacidade de transformação do indivíduo? A novidade cria-se na exata medida da relação dinâmica entre indivíduo e sociedade, entre sujeito e objeto, entre organismo e meio."

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