Pedagogia/UFRGS/Aprendizagens

quarta-feira, junho 24, 2009

Final de Semestre 1/2009















Coordenação do Pólo de Alvorada- Semestre 1 /09

Beatriz Corso Magdalena
Iris Elisabeth Tempel Costa

Gerente de Pólo

Vanessa Costa




Tutores do Pólo

Adriane Quarti Irigaray
Grace Milcharek
Rosaura Karst N. Silva

Interdisciplinas do Eixo VI

SEMINÁRIO INTEGRADOR V - 75h - 5 créditos
Profª no Pólo: Beatriz Corso Magdalena e Iris Elisabeth Tempel Costa
Tutoras: Daiane Grassi e Vanessa Costa

EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS - 75h - 5 créditos
Profª. no Pólo: Mauren Lúcia Tezzari
Tutoras: Simone Ramminger e Rossana Della Costa

EMENTA: Breve análise histórica da educação especial. A LDBEN 1996 e a inclusão dos alunos com necessidades educacionais no ensino regular. Avanços na legislação brasileira e as dificuldades estruturais no contexto do ensino no país. Conceitos e princípios pedagógicos da educação inclusiva: principais conceitos; a identificação do aluno com necessidades especiais; o processo de ensino-aprendizagem com alunos com necessidades especiais; as adaptações curriculares de pequeno e grande porte; avaliação, progressão e terminalidade escolar; a inserção no trabalho.

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO - 60h - 4 créditos
Prof. no Pólo: Elaine Conte
Tutora: Ketia Kellen Araújo da Silva

EMENTA: Desenvolver a capacidade de argumentar e analisar conceitos visando uma reflexão crítica sobre o saber comum, as concepções de ser humano e a moralidade, além de abordar criticamente a relação entre aprendizagem e conhecimento, e os aspectos políticos da educação.

QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO: SOCIOLOGIA E HISTÓRIA -75h - 5 créditos
Prof. no Pólo: Marilene Paré
Tutora: Tanara Forte Furtado

EMENTA: Entendimento de raça e etnia na educação, contextualizando os movimentos e grupos étnicos e raciais nos diferentes tempos e espaços, com ênfase no estudo das questões afro e indígenas no Brasil e no Rio Grande do Sul. Leituras e reflexões teórico-práticas que possibilitem a compreensão da diversidade étnico-racial na complexidade social em que cada um se insere e se constitui, individual e coletivamente.

DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA II - 90h - 6 créditos
Profª no Pólo: Luciane Corte real
Tutoras: Maura Nunes e Andréa Gallego

Ementa:Teorias de aprendizagem e características da vida adulta (centrada no adulto professor). Reflexão sobre as relações do professor com seus alunos no processo de constituição do sujeito professor.

segunda-feira, junho 15, 2009

Piaget e a Violência

Com base no texto Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? Jaqueline Santos Picetti



“Piaget (1987) concluiu em suas pesquisas que o espírito evolui do fenomenismo, que se situa a meio caminho entre o corpo e o meio externo, até à experimentação ativa, que penetra no interior das coisas (interacionismo), descartando a concepção empirista e inatista como explicações da construção do conhecimento nas pessoas.”

“Piaget (1994) observou que, até em torno dos dez anos, os atos são avaliados segundo seus resultados, independente das intenções.”


Diante de uma situação, em escola pública, que poderia ser tomada com desafeto por professores e colegas, pois retrata violência a primeira vista. Contudo pode-se através das investigações de Piaget, compreender que há um processo de formação moral acontecendo dentro das atitudes ocorridas.
Numa tarde fria de inverno, as crianças da Educação Infantil se mobilizam para ida ao pátio. Ao contato com o sol e a mudança de ambiente meninas buscam brinquedos de areia. Com a pressa de aproveitar cada minuto, brincam euforicamente e uma delas joga areia para cima numa referência “ao pó mágico” . A outra que leva a colherada de areia nas blusas grossas de lã, imediatamente revida com outra quantidade de areia sobre a primeira menina. Que a empurra e de troco leva um bofetão na orelha.
A professora está distante e ao chegar ao local já aconteceram todas estas “estratégias”de superação da construção da autonomia destas alunas.(moral heterônoma vem do exterior e moral autônoma vem do interior da criança ambas tem obrigatoriedade em acontecer - Piaget 1994)


E hoje ao ler o que Piaget pesquisou e constatou, posso compreender por que as meninas não paravam de repetir:
...Ela fez isto ou aquilo e eu fiz isto ou aquilo porque ela também fez e assim por diante, numa ladainha infinita, sem ao menos ouvir o que a professora falava sobre o amor ao outro e faça aos colegas o que queres para ti.
"Piaget (1994) também constatou, em seus estudos, que há dois tipos de reações em relação às sanções (punições): num primeiro momento do processo, a criança considera a sanção necessária e quanto mais severa ela for, mais justa o será; num segundo momento, as crianças consideram justas as sanções que exigem uma restituição. Acreditam que a sanção deve corresponder exatamente ao ato cometido, para que o culpado sofra as conseqüências de sua falta. Jaqueline Santos Picetti,
“Piaget (1994) acredita que “...o adulto deve ser um colaborador e não um mestre, do duplo ponto de vista moral e racional (...) realizemos na escola um meio tal que a experimentação individual e a reflexão em comum se chamem uma à outra e se equilibrem” (p300).


Através das leituras e reflexões observei que nas condições em que me encontrava – de consolidador de leis simples de convivência – Eu não havia explorado suficiente a interação destes valores como vivências e experimentos de sala de aula. Havia sim imposto algumas "regrinhas", como sendo de fácil compreensão.

Quando criamos com os alunos as normas de convivências devemos antes fazer todo um trabalho de valores e o que há de real para os alunos nesta construção. Não simplesmente partir para projetos, que ao longo da semana se constatam improdutivos.

Piaget diz imprescindível a função de professor colaborador nas mediações entre experimentos e reflexões.


“Piaget (1994) acredita que “...o adulto deve ser um colaborador e não um mestre, do duplo ponto de vista moral e racional (...) realizemos na escola um meio tal que a experimentação individual e a reflexão em comum se chamem uma à outra e se equilibrem” (p300).

O professor que deve proteger o desenvolvimento infantil, assim como o protege fisicamente no dia-a dia escolar.

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Filosofia - Adorno e Kant


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Filosofia da Educação
Professora: Elaine Conte
Aluna: Maria Inês Dalpiás Oliveira
Temática 4


Duas Perguntas de comparação dos textos de Adorno e Kant

Maria Lúcia Costa pergunta e Maria Inês Dalpiás Responde.


1) No texto “Educação após Auschwitz”, Adorno reflete que, em geral, pessoas que chegam a perpetrar crimes; estes tem origem e formação na primeira infância. E para Kant, no texto “Sobre a pedagogia”, qual é sua reflexão sobre este assunto? Seu pensamento caminha paralelo ao de Adorno, ou ele também acredita que a educação amaina o instinto selvagem?

O pensamento de Adorno reprova toda imposição sem reflexão, pois entende que a “disciplina ríspida” faz do homem um ser com propósito egóico e de pouco auto conhecimento. Sem análise e desprovido de questionamentos, este ser torna-se presa fácil para qualquer tipo de ordem, pelo aprendizado a que foi submetido, em que o tom de comando fraqueja o questionamento e o elimina.

“Eu disse que aquelas pessoas são frias de maneira
especial. Cabem aqui algumas palavras sobre a frieza. Se não
se tratasse de uma característica básica da antropologia,
portanto da constituição humana tal como realmente existe em
nossa sociedade; se os homens não fossem, por isso,
profundamente indiferentes ao que acontece com todos os
demais, exceto alguns poucos aos quais encontram-se
intimamente ligados, possivelmente por interesses práticos,
então Auschwitz não teria sido possível, pois as pessoas não
o teriam aceito.” Adorno pág 7

Outro parágrafo de Kant que ameniza a disciplina rejeitada por Adorno é:

“Entretanto, não é suficiente treinar as crianças; urge que
aprendam a pensar. Devem-se observar os princípios dos quais
todas as ações derivam.”Kant pág 7

A partir desta urgência de Kant, denota-se à pesquisa um desacordo, em que o próprio Kant vê-se diante da prática da disciplina como um entrave na educação moral.

“A única causa do mal
consiste em não submeter a natureza à normas. No homem não
há germes, senão para o bem.”Kant

Nesta frase Kant remete à infância as aprendizagens negativas, as quais tornam-se criminosos, diante de total falta de moral. O que Adorno é conforme no entendimento.
E para tanto, Kant descreve critérios que devem ser submetidas às crianças em sua educação moral, dos quais seleciono dois para avaliar em contrapontos de Adorno:

“Na educação, o homem deve, portanto:
1. Ser disciplinado. Disciplinar quer dizer: procurar impedir
que a animalidade prejudique o caráter humano, tanto no
indivíduo como na sociedade. Portanto, a disciplina consiste em
domar a selvageria.”Kant

Nesta minha reflexão, talvez precipitada, pode-se observar a necessidade da disciplina na infância nas ações simples como: alimentar-se, vestir-se, utilizar meios adequados de portar-se em diversos ambientes... Talvez Kant estivesse fazendo referência a estas ações. Para tanto seria necessário aprofundar a leitura. E neste contexto a pesquisa não estaria de todo confrontando com Adorno, pois simplesmente estaria estudando e analisando atos primais.

Na frase de Adorno , a disciplina impede a animalidade, conforme Kant, através da conscientização, evidenciando os motivos que fizeram com que a frieza se sobressaia ao amor.

“A primeira coisa a fazer seria, portanto, ajudar na conscientização da frieza em si e apurar os motivos que a ela levaram.” Adorno pág. 8

4. Deve, por fim, cuidar da moralização. Na verdade, não
basta que o homem seja capaz de toda sorte de fins; convém
também que ele consiga a disposição de escolher apenas os
bons fins. Bons são aqueles fins aprovados necessariamente por
todos e que podem ser, ao mesmo tempo, os fins de cada um.”Kant

Aqui se pode perceber a clareza do indivíduo quanto sociedade, em acúmulo de ações que não prejudiquem o social. O que Adorno faz referência importante, quanto ao indivíduo e o esclarecimento das atitudes sociais e o bem de todos.

“Se o esclarecimento
racional – como bem sabe a psicologia – não dissolve
diretamente o mecanismo inconsciente, pelo menos fortalece
na pré-consciência determinadas contra-instâncias e ajuda a
preparar um clima desfavorável aos extremismos.” Adorno pág. 8


2) Analisando os textos, de Adorno e Kant, as visões pertinentes à liberdade, permanecem a mesma para ambos? Como eles se colocam frente a este problema? Eles acreditam que a liberdade mantém os homens menos selvagens e mais íntegros a sociedade?


Para Kant a educação e disciplina são um misto de dois sistemas, que relacionados entre si, tornam-se complexos, porém com resultados para a evolução do ser humano.
A educação para moral, em que crianças e adolescentes devem saber entender o que é necessariamente correto de realizar através do entendimento do bem, ou seja da moral.
Compreende que nascemos com germes do bem e que aos poucos somos conduzidos a conferir situações de aprendizagens que não valorizam e por conseqüência não desenvolvem este contexto natural, que carregamos ao nascer.
A educação da disciplina, que planeja e confere as crianças formas de comportamento ,para seu desenvolvimento, visto que estas não conseguem por si mesmas descobrirem o que é correto e o que lhes serve como seres humanos.

“A disciplina, porém, é puramente negativa, porque é o
tratamento através do qual se tira do homem a sua selvageria; a
instrução, pelo contrário, é a parte positiva da educação.
A selvageria consiste na independência de qualquer lei. A
disciplina submete o homem às leis da humanidade e começa a
fazê-Io sentir a força das próprias leis. Mas isso deve acontecer
bem cedo. Assim, as crianças são mandadas cedo à escola, não
para que aí aprendam alguma coisa, mas para que aí se
acostumem a ficar sentadas tranqüilamente e a obedecer
pontualmente àquilo que lhes é mandado,”
“Quem não tem cultura de nenhuma espécie é um bruto; quem não tem disciplina ou educação é um selvagem. A falta de disciplina é um
mal pior que falta de cultura, pois esta pode ser remediada mais
tarde, ao passo de que não se pode abolir o estado selvagem e
corrigir um defeito de disciplina. Talvez a educação se torne
sempre melhor e cada uma das gerações futuras dê um passo a
mais em direção ao aperfeiçoamento da humanidade,”Kant

Para Adorno a liberdade é processo integral de aprendizagens e aperfeiçoamento. Consciência organizadora para futuras ações errôneas.Para Kant a indução do que é correto diante do social ou seja para o bem de todos, consiste em parte integrante da educação. Estes pensamentos se relacionam positivamente e quase que complementares.
Para Kant pode-se perceber novamente a dificuldade de relação entre liberdade e disciplina. A frase em que “o constrangimento é necessário”
Ele próprio admite que o ser humano descubra o elo que há entre ser submisso e não ser. Se a isto podemos chamar de elo e não de consciência pura.

“Um dos maiores problemas da educação é o poder de
conciliar a submissão ao constrangimento das leis com o
exercício da liberdade. Na verdade, o constrangimento é
necessário! De que modo, porém, cultivar a liberdade? É preciso
habituar o educando a suportar que a sua liberdade seja
submetida ao constrangimento de outrem e que, ao mesmo
tempo, dirija corretamente a sua liberdade.”Kant

Avaliação das perguntas:

A releitura de Adorno em determinados pontos, a fim de fazer relações entre os dois pensadores, fez com que eu compreendesse a questão da reflexão individual, conduzida pela educação, seja pelos pais ou pela instituição, abordada por Kant. Reflexão esta que torna-se a ligação entre os dois.
No princípio percebi Kant um tanto retrógrado, porém após reler e refletir pude perceber o estudo profundo que este fez sobre a educação e pedagogia, no tempo social em que escreveu o livro.
Pude comparar as abordagens, que claro, no caso de Adorno era uma referência bombástica, ao absurdo de Auschwitz e sua profunda preocupação com a reincidência de acontecimentos que se assemelhem ao horror do Holocausto Auschwitz , preocupação esta que o fez buscar estudiosos como Kant, que realizou estudo direcionado para a pedagogia da sua época.

Avaliação dos questionamentos realizados pela colega Maria Lúcia:
A atividade de retomada do que já se trabalhou anteriormente, no caso da leitura de Adorno e a comparação com Kant somou novas compreensões e refletidas análises do dia-a dia como professora.

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domingo, junho 07, 2009

Necessidades Educacionais Especiais



Através de texto do Mec que sugere recursos adaptados pode-se investir em idéias simples que fornecem auxílio valioso na aprendizagem de alunos que possuem necessidades educacionais especiais.




Educação escolar inclusiva depende muito do aspecto didático-pedagógico, da relação socio afetiva e do envolvimento de todos na diversidade.

A diversidade com consciência que abre possibilidades e não fortalece os obstáculos.
O trabalho do Mec apresenta orientação para o dia-a -dia educacional especial, com o intuito de propor soluções através de objetos que auxiliem o aprendizado destes alunos.

"Cada necessidade é única e, portanto, cada caso deve ser estudado com muita atenção. A experimentação deve ser muito utilizada, pois permite observar como a ajuda técnica desenvolvida está contemplando as necessidades percebidas."


Com prazer, faço referências a este trabalho e coloco algumas das sugestões.

JOGO DE ADVINHAÇÃO
Permite trabalhar com percepção tátil sinestésica, discriminação e identificação de formas e texturas. Dentro da caixa coloca-se um material com determinada textura ou forma e a criança deverá reconhecê-lo e procurar o correspondente fora da caixa.
Descrição: Recurso composto por uma caixa de madeira, com uma abertura na lateral, em forma de círculo, onde é fixado um pé de meia de jogador de futebol. No fundo da caixa é colada uma tira de câmara de ar de bicicleta, que serve como antiderrapante e que ajuda a fixar a caixa sobre a mesa.

Adaptação: Elaine Cristina de Moraes Foto: caixa em madeira com abertura lateral, conforme descrição acima. Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP.

VAMOS VESTIR A BONECA?
Possibilita a discriminação parte/todo. Pelo fato do material possuir um imã na parte detrás permite ao aluno acometido por deficiência física, como paralisia cerebral, do tipo espástica ou atetóide, um melhor manuseio.
Descrição: A boneca é confeccionada com lâmina de latão e revestida com papelão plastificado. As peças de roupas possuem imãs. As peças são manuseadas sobre uma placa de latão revestida com papel contact colorido. Adaptação: Adriana Rocetao Garcia Foto: boneca, confeccionada conforme descrição acima Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP.

RÉGUA DE MADEIRA ADAPTADA

Facilita o uso da régua ao aluno que possui dificuldade de preensão.

Descrição: O recurso é composto por uma régua de madeira comum com um suporte, também de madeira, colado bem ao meio para facilitar à preensão da criança.
Adaptação: Denise Amoroso de Lima Foto: duas réguas em madeira com suporte, conforme descrição acima. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Material pedagógico: manual de utilização. Rio de Janeiro: MEC / CENESP / FENAME / APAE de São Paulo, 1980. Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília.

MULTIPLICAÇÃO EM PIZZA

Permite demonstrar a multiplicação entre números apenas trocando o multiplicador central. Assim, possibilita montar operações sem que seja necessário ao aluno armá-las e copiá-las em papel.Confeccionado para alunos com dificuldade de manuseio de lápis e papel. Evita que os alunos se cansem demasiadamente.

Descrição: Confeccionado em madeira de forma circular, com diâmetro de 35 cm e espessura de 2 cm. No meio possui uma abertura também em forma de círculo, na qual os multiplicadores podem ser trocados. O recurso é acompanhado de toquinhos de madeira com os numerais inscritos, que serão utilizados para exibir o resultado da operação aritmética.

Criação: Regina Lázara Salim Moraes Bernardo. Foto: caixa de pizza em papelão, e dentro dela, um círculo em madeira, conforme descrição acima. Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP.

PESCARIA
Trabalha a sensibilidade sinestésica e a coordenação viso-motora. Confeccionado para auxiliar alunos e crianças com deficiência física que ainda não conseguem fazer a “pesca” por meio de ganchos e, dessa forma, cria a oportunidade para participação em brincadeiras, em gincanas ou em festas juninas. Auxilia em movimentos de extensão e flexão de membros superiores. As ilustrações e os nomes escritos nos peixes podem ser utilizados para a leitura. Descrição: O recurso é constituído de uma caixa de madeira com canaletas, onde os peixes são colocados na posição “em pé”. Cada peixe possui um nome com ilustração. A vara de pescar pode ser feita de madeira ou bambu e revestida em veludo ou lixa. Para pescar, a criança deverá grudar o imã (que fica na ponta da vara) no peixe.

Adaptação: Regina Ayako Ohno Foto: caixa em madeira com diversos peixes coloridos em seu interior. Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP.

CADERNO DE ELÁSTICO
Proporciona ao aluno, que possui movimentos involuntários, a escrita entre pautas, sendo indicado para o portador de paralisia cerebral do tipo atetóide. As linhas feitas com elástico auxiliam e seguram os movimentos involuntários da mão do aluno ao utilizar lápis ou giz de cera sobre o papel. Descrição: Caderno confeccionado em madeira, possuindo furos nas duas laterais por onde é passado um elástico de um lado a outro, formando as linhas. Adaptação: Eduardo José Manzini e Elaine Cristina de Moraes. Foto: placa em madeira com diversos elásticos posicionados paralelamente, formando linhas. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Material pedagógico: manual de utilização. Rio de Janeiro: MEC / CENESP / FENAME / APAE de São Paulo, 1980. Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília – SP.

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Vida plena...

Tese do pensador greco-arménio Gurdjieff, que no início do século passado refletia sobre o auto-conhecimento e a importância de se saber viver.


Dizia ele:"Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente, vale como principal".




Assim sendo, delineou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris.




Especialistas motivacionais defendem que, quem consegue assimilar 10 delas, com certeza aprendeu a viver com qualidade interna.Ei-las:




1) Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em voçê, analisando suas atitudes.




2) Aprenda a dizer não, sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.




3) Planeie seu dia, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de voçê.




4) Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.




5) Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo continua sem a sua atuação, exceto você mesmo.




6) Deixe de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.




7) Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.




8) Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.




9) Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo que se consegue na vida.




10) Evite envolver-se na ansiedade e tensão alheias enquanto há ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.




11) A família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.




12) Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.




13) É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.




14) Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância subtil de uma saída discreta.




15) Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que disseram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.




16) Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo ... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.




17) A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.




18) Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.




) Não abandone as suas 3 grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé!




20) E entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: Você é o que se fizer ser!

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sexta-feira, junho 05, 2009

Conceitos Piagetianos

No dia 03/06/09 participamos da última aula presencial de Psicologia do Curso.
A colega Solange Molina montou as imagens do último trabalho em grupo da interdisciplina.
A aula foi muito produtiva, no sentido da revisão dos conceitos utilizados por Piaget em seus estudos sobre a inteligência.
A noite estava bem fria, porém o grupo esquentou a "idéia" e construiu um belo mapa conceitual.
A colega Ivana Molina fez a explanação das idéias, costurando os conceitos que retratavam a aprendizagem na criança.

Sempre interessantes nossas aulas de Psicologia, pois nossa professora Luciane Corte Real e nossas tutoras - Andrea Gallego, Maura Nunes, Adriana Irigaray e Rosaura Karst são realmente muito capazes e especialistas na sua área, o que fortalece e estimula nossas aprendizagens.


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quarta-feira, junho 03, 2009

Índios por eles mesmos...

Através do site da FUNAI é possível visualizar as informações atualizadas sobre os indígenas brasileiros. Clicar no mapa e pesquisar.








Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Pólo Alvorada
Semestre 2009 / 1
Interdisciplina: Sociologia e História
Questões Étnico Raciais na Escola
Maria Inês Dalpiás Oliveira




Os índios, através das invasões armadas, renderam seu espaço e cultura em nome da sobrevivência. Inclusive a nomenclatura índio ou indígena agregava questão pejorativa, pois denominava pessoa da Índia, local que os portugueses “pensaram” ter encontrado.

Este nome, desviado da realidade ficou como forma discriminatória utilizado por pessoas de outros grupos. Assim como cada brasileiro pertence a uma identidade própria, “cada “índio” pertence a um povo, a uma etnia identificada por uma denominação própria, ou seja, a autodenominação, como o Guarani, o Yanomami etc.” Índio não expressava etnia. A discriminação não parava por aqui. A representação que se tem do índio é diversificada; pouco civilizados, sem cultura, incapazes, selvagens, preguiçosos, etc. “Para outros ainda, o índio é um ser romântico, protetor das florestas, símbolo da pureza, quase um ser como o das lendas e dos romances.” Estas observações arrastaram por anos um olhar confuso e errôneo a respeito desta raça.

Em 1970 o movimento organizado por índios do Brasil, chegou à conclusão da importância em manter, aceitar e promover a denominação genérica de índio ou indígena, como “uma identidade que une, articula, visibiliza e fortalece todos os povos originários do atual território brasileiro e, principalmente, para demarcar a fronteira étnica e identitária entre eles, enquanto habitantes nativos e originários dessas terras, e aqueles com procedência de outros continentes, como os europeus, os africanos e os asiáticos.”
Com esta retomada e nova consideração, o aspecto pejorativo, passa a identidade positiva e multiétnica.

O movimento articulado às políticas públicas,direcionadas aos indígenas no Brasil, se estabelece através da recuperação do índio e de sua identidade.

A força da identidade, retirada pelo colonizador e depois imposta por meios discriminativos, diante de seus costumes, revela que o povo indígena, através da escolha, unido pela nomenclatura indígena e parente, eleva suas conquistas no âmbito social. O próprio termo caboclo, como sendo uma transformação de povos indígenas, aos quais, se igualavam aos brancos, obtendo qualidade superior, descondensa-se ao longo de sua história, sendo novamente chamado a sua condição de índio e não caboclo... Confusões emocionais um tanto escravisadoras. Nota-se, porém que apesar das transformações dentro das mentes e corações dos índios, a evolução continua no papel de resgate da identidade, do orgulho e auto estima, como grande prova de valor.

No que diz respeito ao resgate de tradições e vida indígena, sabemos com clareza que seria impossível reabilitar as tribos escravizadas, perdidas e retiradas de suas terras. Retomar seus costumes tal e qual... Muito difícil, pois muitos perderam seu rumo e vivem entre os brancos e negros, ainda como caboclos. Podemos praticar o resgate emocional e tradicional, podemos observar os povos indígenas, revivendo sua espiritualidade seus costumes, com liberdade e valoração por todos. Quanto às suas formas sociais e políticas, cabe aos novos membros indígenas, agrupados em locais preservados, como seus, buscarem ao que desejam viver, sem perderem seu orgulho e crenças – o que forma sua identidade e sua força, tornando-os individuais e parte de um grande grupo. Investindo em responsabilidade pela própria cultura.
A diversidade cultural indígena é considerada
patrimônio da humanidade pela Convenção 169 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), ratificada (reconhecida como Lei
do país) pelo Brasil em 2003.
E as demais diversidades culturais são consideradas pela ONU patrimônio comum da humanidade.


"...consideram a si mesmos distintos de outros setores
da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a
transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua
identidade étnica, como base de sua existência continuada como
povos, em conformidade com seus próprios padrões culturais, as
instituições sociais e os sistemas jurídicos."


"Entre os povos indígenas existem alguns critérios de auto definição
*Continuidade histórica com sociedades pré-coloniais.
*Estreita vinculação com o território.
*Sistemas sociais, econômicos e políticos bem definidos.
*Língua, cultura e crenças definidas.
*Identificar-se como diferente da sociedade nacional.
*Vinculação ou articulação com a rede global dos povos indígenas.


"O termo parente não significa que todos os índios sejam iguais e nem
semelhantes. Significa apenas que compartilham de alguns interesses
comuns, como os direitos coletivos, a história de colonização e a luta
pela autonomia sociocultural de seus povos diante da sociedade global."

"Cada povo indígena constitui-se como uma sociedade única, na medida
em que se organiza a partir de uma cosmologia particular própria que
baseia e fundamenta toda a vida social, cultural, econômica e religiosa
do grupo. Deste modo, a principal marca do mundo indígena é a diversidade."


Não posso deixar de explorar este parágrafo do texto em que o autor consegue expor com tanta clareza, clareza esta que advém da vida indígena, pois como coloca nossa professora, aqui o texto é redigido por membro indígena. O que faz uma imensa diferença das idéias que temos das tribos indígenas.

"...povos, culturas, civilizações, religiões, economias, enfim,
uma multiplicidade de formas de vida coletiva e individual."



"Deste modo, foi sendo possível construir uma nova conformação política pan-indígena em torno de direitos e interesses comuns, superando
a maior inimiga interna dos povos indígenas durante os séculos de colonização e tão bem aproveitada pelos colonizadores europeus: as guerras intertribais. De inimigos tornaram-se parentes, companheiros, irmãos de história na luta por direitos e interesses comuns contra um inimigo comum, aquele que os quer indistintos, portanto, extintos, enquanto povos etnicamente diferenciados.
A nova estratégia de aliança política pan-indígena é a responsável
pelas mais importantes conquistas dos povos indígenas do Brasil: a
superação do trágico projeto de extinção dos índios e a arrojada promessa de construção de uma unidade política dos povos indígenas que não signifique igualdade ou homogeneidade sociocultural e política,
mas sim uma unidade articulada de povos culturalmente distintos,
na defesa de seus direitos e interesses comuns. Dentre esses direitos e
interesses encontra-se a própria continuidade das diferenças de projetos
societários, de garantia das territorialidades e da conquista de
cidadania global diferenciada”


“Entrar e fazer parte da modernidade não
significa abdicar de sua origem nem de suas tradições e modos de vida
próprios, mas de uma interação consciente com outras culturas que leve
à valorização de si mesmo. Para os jovens indígenas, não é possível viver
a modernidade sem uma referência identitária, já que permaneceria o
vazio interior diante da vida frenética aparentemente homogeneizadora”

Desta sustentação cultural podemos sentir o vão que havia no indígena brasileiro.

A educação para os avanços dependendo da história e filosofia do povo. base sólida para qualquer ser humano.

ORGANIZAÇÃO INDIGENA PELO INDIO...
“Cada povo indígena possui um modo próprio de organizar suas relações
sociais, políticas e econômicas – as internas ao povo e aquelas
com outros povos com os quais mantém contato. Em geral, a base da
organização social de um povo indígena é a família extensa, entendida
como uma unidade social articulada em torno de um patriarca ou de
uma matriarca por meio de relações de parentesco ou afinidade política
ou econômica. São denominadas famílias extensas por aglutinarem um
número de pessoas e de famílias muito maior que uma família tradicional
européia. Uma família extensa indígena geralmente reúne a família
do patriarca ou da matriarca, as famílias dos filhos, dos genros, das noras,
dos cunhados e outras famílias afins que se filiam à grande família
por interesses específicos.
Toda organização social, cultural e econômica de um povo indígena
está relacionada a uma concepção de mundo e de vida, isto é, a uma
determinada cosmologia organizada e expressa por meio dos mitos
e dos ritos. As mitologias e os conhecimentos tradicionais acerca do
mundo natural e sobrenatural orientam a vida social, os casamentos,
o uso de extratos vegetais, minerais ou animais na cura de doenças,
além de muitos hábitos cotidianos. É a partir dessas orientações cosmológicas
que acontecem a organização dos casamentos exogâmicos
(casamentos cujos cônjuges pertencem a grupos étnicos ou sibs diferentes)
ou endogâmicos (casamentos cujos cônjuges pertencem ao
mesmo grupo étnico ou sib) e as divisões hierárquicas entre grupos
(sibs, fratrias ou tribos), que implicam o direito de ocupação de determinados
territórios específicos e o acesso a recursos naturais, bem
como o controle do poder político.
A organização política de um povo indígena geralmente está baseada
na organização social feita através de grupos sociais hierárquicos
denominados sibs, fratrias ou tribos. Fratria ou sib é uma espécie de
linhagem social dentro do grupo étnico, que está relacionada direta ou
indiretamente à origem do povo ou à origem do mundo, quando os grupos
humanos receberam as condições e os meios de sobrevivência. Os
sibs ou fratrias são identificados por nomes de animais, de plantas ou de
constelações estelares que, por si só, já indicam a posição de hierarquia
na organização sociopolítica e econômica do povo. Da mesma maneira,
os nomes dados aos indivíduos indígenas estão diretamente relacionados
ao sib ou à fratria a que pertencem, ou seja, à posição hierárquica
que cada indivíduo ocupa dentro do grupo.
Essa diversidade cultural dos povos indígenas demonstra a multiplicidade
de povos e das suas relações com o meio ambiente, com o
meio mítico religioso e a variação de tipos de organizações sociais, políticas
e econômicas, de produção de material e de hábitos cotidianos
de vida. Pode-se afirmar que os modos de vida dos povos indígenas
variam de povo para povo conforme o tipo de relações que é estabelecido
com o meio natural e o sobrenatural. Em razão disso, os lugares
e os estilos de habitação variam de povo para povo. Alguns escolhem
para morar as margens dos rios, outros, o interior da floresta e outros
mais, as montanhas. Alguns deles vivem em grandes malocas comunitárias,
outros habitam aldeias ovais compostas por várias casas ou
pequenas malocas, ou ainda, casas separadas e dispersas ao longo dos
rios e das florestas. Do mesmo modo, alguns praticam preferencial45
mente a pesca, outros, a caça e outros ainda, a agricultura ou a coleta
de frutos silvestres.
Os tipos e as condições em que as relações acontecem com o meio
natural e sobrenatural também influenciam a qualidade de vida. Povos
que vivem em terras mais extensas e abundantes em recursos naturais
têm a possibilidade de uma vida mais rica, baseada em valores como a
solidariedade, a reciprocidade e a generosidade. Ao passo que os povos
que ocupam terras reduzidas e com recursos naturais escassos vivem
conflitos internos maiores, o que dificulta muitas vezes as práticas tradicionais
de reciprocidade e o espírito comunitário e coletivo.
As relações sociais mais fortes entre os povos indígenas são as de
parentesco e de alianças. Como já vimos, as relações de parentesco
estendem-se ao escopo de uma família extensa e são a base de toda
a estrutura social de um povo. As relações de alianças estabelecemse
a partir de necessidades estratégicas comuns entre os aliados e são
muitas vezes temporais. Deste modo, as alianças constituem a base de
interesses comuns compartilhados e recíprocos, uma espécie de troca.
Esses interesses freqüentemente estão relacionados à troca de mulheres,
ao compartilhamento de espaços territoriais privilegiados em recursos
naturais, aos interesses comerciais (trocas) ou às alianças de guerras
contra inimigos comuns.
São essas relações de parentesco e as alianças que dinamizam e organizam
as festas, as cerimônias, os rituais, as pescas ou as caças coletivas,
os trabalhos conjuntos de roça e a produção, o consumo e a distribuição
de bens e serviços, principalmente de alimentos. As festas, por exemplo,
são nada mais do que a comemoração de vitórias e conquistas, e podem
advir de uma boa coleta ou servem para festejar o sucesso dos pajés que
impediram qualquer castigo ou mal-feito dos inimigos. A participação
nas festas e nas cerimônias revela explicitamente as fronteiras das relações
de amizade ou de inimizade entre grupos ou povos, sempre com
uma lógica de reciprocidade, ou seja: aos amigos, cabe a reciprocidade
da amizade; aos inimigos, a reciprocidade da inimizade e a conseqüente
vingança. São as relações de alianças e de inimizades que constituem
o equilíbrio social dos grupos e dos povos, uma espécie de contrato
social. Sem elas, o mundo indígena seria um caos, ou melhor ainda, o
mundo da lei do mais forte.
De forma sucinta podemos afirmar que a base da complexa organização
social indígena está centrada nas relações de parentesco e
nas alianças políticas e econômicas que cada povo ou grupo familiar
estabelece. Os grupos de parentesco e de aliados formam potencial e
concretamente os grupos de organização que se constituem em verdadeiros
grupos de produção de bens e serviços. A distribuição e o
consumo de bens são orientados a partir de tais grupos. Quando um
caçador consegue uma caça, sua obrigação é distribuí-la em primeiro
lugar entre os membros da sua família extensa e somente satisfeita
essa obrigação é que ele poderá atender a outros membros ou mesmo
à comunidade inteira.”


“cada povo tem uma cultura
distinta da outra, porque se situa no mundo e se relaciona com ele de
maneira própria.”

"Estimativas menos otimistas indicam que em 1500, quando da chegada
de Pedro Álvares Cabral, viviam no Brasil pelo menos 5 milhões
de índios. Há dados históricos e científicos suficientes para se afirmar
que eram muito mais, uma vez que somente os Guarani representavam
pelo menos 1 milhão de pessoas à época.
Desta constatação histórica importa destacar que, quando falamos
de diversidade cultural indígena, estamos falando de diversidade de
civilizações autônomas e de culturas; de sistemas políticos, jurídicos,
econômicos, enfim, de organizações sociais, econômicas e políticas
construídas ao longo de milhares de anos, do mesmo modo que outras
civilizações dos demais continentes: europeu, asiático, africano e a oceania.
Não se trata, portanto, de civilizações ou culturas superiores ou
inferiores, mas de civilizações e culturas equivalentes, mas diferentes.”

“A consciência de uma
cultura própria é em si um ato libertador, na medida em que vence o
sentimento de inferioridade diante da cultura opressora”
“À sua maneira, as culturas indígenas expressam os grandes valores
universais. Nas solenidades das festas, no refinamento dos vestidos e na
pintura corporal, na educação dos filhos, na concepção sagrada do cosmos,
elas manifestam a consciência moral, estética, religiosa e social.
A diversidade de visões do mundo, do homem e dos modos de organização
da vida, os conhecimentos e os valores transmitidos de pais para
filhos, a tradição oral e a experiência empírica são a base e a força dos
conhecimentos e dos valores. A territorialidade atua como um estado de
espírito e os ritos e os mitos, como referência da identidade e da consciência
humana e da natureza.
A interculturalidade é uma prática de vida que pressupõe a possibilidade
de convivência e coexistência entre culturas e identidades.
Sua base é o diálogo entre diferentes, que se faz presente por meio de
diversas linguagens e expressões culturais, visando à superação da
intolerância e da violência entre indivíduos e grupos sociais culturalmente distintos.”
*Obs.:Material coletado para futuras aulas sobre Índios

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