Pedagogia/UFRGS/Aprendizagens

segunda-feira, junho 15, 2009

Piaget e a Violência

Com base no texto Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? Jaqueline Santos Picetti



“Piaget (1987) concluiu em suas pesquisas que o espírito evolui do fenomenismo, que se situa a meio caminho entre o corpo e o meio externo, até à experimentação ativa, que penetra no interior das coisas (interacionismo), descartando a concepção empirista e inatista como explicações da construção do conhecimento nas pessoas.”

“Piaget (1994) observou que, até em torno dos dez anos, os atos são avaliados segundo seus resultados, independente das intenções.”


Diante de uma situação, em escola pública, que poderia ser tomada com desafeto por professores e colegas, pois retrata violência a primeira vista. Contudo pode-se através das investigações de Piaget, compreender que há um processo de formação moral acontecendo dentro das atitudes ocorridas.
Numa tarde fria de inverno, as crianças da Educação Infantil se mobilizam para ida ao pátio. Ao contato com o sol e a mudança de ambiente meninas buscam brinquedos de areia. Com a pressa de aproveitar cada minuto, brincam euforicamente e uma delas joga areia para cima numa referência “ao pó mágico” . A outra que leva a colherada de areia nas blusas grossas de lã, imediatamente revida com outra quantidade de areia sobre a primeira menina. Que a empurra e de troco leva um bofetão na orelha.
A professora está distante e ao chegar ao local já aconteceram todas estas “estratégias”de superação da construção da autonomia destas alunas.(moral heterônoma vem do exterior e moral autônoma vem do interior da criança ambas tem obrigatoriedade em acontecer - Piaget 1994)


E hoje ao ler o que Piaget pesquisou e constatou, posso compreender por que as meninas não paravam de repetir:
...Ela fez isto ou aquilo e eu fiz isto ou aquilo porque ela também fez e assim por diante, numa ladainha infinita, sem ao menos ouvir o que a professora falava sobre o amor ao outro e faça aos colegas o que queres para ti.
"Piaget (1994) também constatou, em seus estudos, que há dois tipos de reações em relação às sanções (punições): num primeiro momento do processo, a criança considera a sanção necessária e quanto mais severa ela for, mais justa o será; num segundo momento, as crianças consideram justas as sanções que exigem uma restituição. Acreditam que a sanção deve corresponder exatamente ao ato cometido, para que o culpado sofra as conseqüências de sua falta. Jaqueline Santos Picetti,
“Piaget (1994) acredita que “...o adulto deve ser um colaborador e não um mestre, do duplo ponto de vista moral e racional (...) realizemos na escola um meio tal que a experimentação individual e a reflexão em comum se chamem uma à outra e se equilibrem” (p300).


Através das leituras e reflexões observei que nas condições em que me encontrava – de consolidador de leis simples de convivência – Eu não havia explorado suficiente a interação destes valores como vivências e experimentos de sala de aula. Havia sim imposto algumas "regrinhas", como sendo de fácil compreensão.

Quando criamos com os alunos as normas de convivências devemos antes fazer todo um trabalho de valores e o que há de real para os alunos nesta construção. Não simplesmente partir para projetos, que ao longo da semana se constatam improdutivos.

Piaget diz imprescindível a função de professor colaborador nas mediações entre experimentos e reflexões.


“Piaget (1994) acredita que “...o adulto deve ser um colaborador e não um mestre, do duplo ponto de vista moral e racional (...) realizemos na escola um meio tal que a experimentação individual e a reflexão em comum se chamem uma à outra e se equilibrem” (p300).

O professor que deve proteger o desenvolvimento infantil, assim como o protege fisicamente no dia-a dia escolar.

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