Pedagogia/UFRGS/Aprendizagens

sábado, junho 05, 2010

Refletir a semana 8 de estágio...


Iniciamos a semana com a reflexão do artista Debret , que pintou os negros do Rs , no tempo da escravidão. (coloquei no Blog da Liga e pareceu-me que foi muito bem aceito. Este espaço, entendem como deles. Sentem orgulho pelo Blog da Liga. É uma pena não estarmos conseguindo informações que faltam sobre o arroio).
Os alunos como já pude perceber gostam deste tipo de trabalho,
Ao qual não utilizava antes em minhas práticas e com certeza é muito produtivo para ambas partes,
pois consigo observar as interações como:
"Júlia olha este aqui é auto retrato, lembra o que é auto retrato?"
"Sim é o artista que pinta ele mesmo."
"O Guilherme tá copiando tudo. A profe disse pra copiar o que é importante."
Questionado diz que "...tudo ali tá legal" e quer copiar.
Notei uma auxílio mútuo nas tecnologias, pois quando um
da dupla não sabia onde clicar, imediatamente o outro dizia
sendo troca e respeito pelo saber do outro.

Nós só íamos ver o slide e conhecer o artista, a releitura seria no dia seguinte, pois nossa intenção hoje era debater a escravidão, pintada por Debret.

Na aula anterior quando faziam
releituras pedi
que olhassem bem as cores usadas.
Observavam que eram muito variados
os tipos: casas, rua, sem chão
com cena...
Me surpreendi pela riqueza de detalhes que foram observados.
Como avaliou professor Nestor, estamos sempre
subestimando suas capacidades.

Este estágio vem servindo como testagem para uso de inovações em sala de aula.

Eu não havia trabalhado desta forma anteriormente , em minha prática e noto que nossos alunos já não aceitam mais o simples, o repetitivo é tanto que cada vez mais ouvimos reclamações de falta de interesse.

É certo que inúmeros casos de dificuldades familiares e sociais contribuem para falta de interesse, mas é preciso que nós professores continuemos a emocionar e incentivar as aprendizagens, sem deixar de ter atenção nas dificuldades sociais.

Antes eu atendia aos trabalhos de sempre: recortes colagem, pinturas livres ou com tecnicas variadas, mas não direcionava para artistas. Entendi que podemos levar ao nosso aluno de séries iniciais o conhecimento de artistas, músicos que relatam a vida de outras formas, que podem "tocar" em suas aprendizagens e visão de mundo.

Como os alunos se comportam nestas investidas de estágio, vem me dando subsídios para refazer o que está dando certo e descartar o que está ultrapassado.

Voltando para sala queriam fazer releituras, mas pedi que antes de tudo
compreendêssemos algumas coisas.
Lemos o texto anexo, os guris depois as gurias, li sozinha e
então conversamos sobre a África, o que sabiam,
sobre escravidão, muitos queriam dizer o quanto eram contra este
"erro dos brancos".
Senti empatia entre eles
sobre o assunto, os negros da sala ficaram muito
eufóricos e diziam ter sido muito maltratados.

O espaço que é dado às crianças,

para que falem, expressando seus sentimentos,
tem a ver com a falta de controle,

que falamos outro dia.

O momento de euforia, de extravasar,

de rir,ou falar mais alto, chamar a atenção mesmo,

está neste tempo, que pensamos ser a

"falta de controle" do professor.

Pois as crianças realmente dominam a cena, pedem o

seu espaço, sua voz.

Exigem.

E se não ficamos atentos como professores e educadores,

podemos sim, passar por cima deste importante momento.

Esta prática do saber escutar, muitas vezes confundi,

acreditando que quando o riso intervinha demais,

ou o grito, ou a invasão do espaço de outro colega, não

era uma forma de expressão.

Aqui no PEAD, com a fala do professor Nestor, pude

desconstruir esta idéia e modificar minha forma de "ouvir"

meu aluno.

Acreditava que a fala se fazia necessária para a expressão se concretizar,

mas depois destas reflexões da semana que passou e

durante a presencial, fiquei matutando sobre ouvir meus alunos.

Então me ocorreu que os gritos, empurrões, brigas ou qualquer forma

de manifestação nas horas de discussão, eram debate e expressão.

Impressões expressas toscamente, mas

expressas sim.

Coloquei música do Olodum no rádio:
Berimbau e A Força dos Deuses
e pedi que fizessem cópia do texto lido.
Para espanto meu, foi muito
fácil executarem o trabalho desta forma novamente.
Sinto que a música trazia junto com o embalo a leveza e o
prazer pelo trabalho.
E de novo me provei o quanto devo fazer mudanças
em minhas práticas.

Para ouvir o que ouvimos na sala

http://www.kboing.com.br/olodum/1-1002234/#
http://www.kboing.com.br/olodum/1-87670/

A discussão foi em duplas e nelas continuavam os anseios

pelo assunto.

Porém havia um ouvinte e um falante e isto merecia organização.

Expliquei que o ouvinte deveria esperar com paciência

a fala terminar e só então a sua começar.

Senti que havia respeito e responsabilidade em construir a tarefa escrita.

Prazeiroso falar do que sabiam e ouvir o outro com suas difrenças.

Trabalhos em duplas sempre foram uma prática

usada em minhas aulas, porém

como já falei antes,

agora consigo andar pelos corredores e ouvir o quanto

eles crescem na linguagem próxima, que é a do colega.

A discussão no grande grupo se dirigiu às opiniões

sobre as maldades que eram feitas aos negros.

Pensamos que as crianças são curtas nas opiniões,

mas tenho observado que eles crescem neste sentido e

quando tem subsídios para observarem, logo tem opinião

sobre o que observaram.

O texto, o ppt, o pensamento ampliado através da dupla, levou

a entendimento do que tratávamos na sala.

A copa na África também rendeu muito assunto.

falaram que tem muitos lugares bonitos na África

que aparecem na tv.


Na terça feira aconteceu a tão esperada releitura de Debret.

Os alunos conseguiram riqueza de detalhes,

provando a nós professsores sua atenção e seu cuidado

ao que observam.

Após construíram textos com base

nas imagens impressas de

África e do Brasil,

e work da Jurema:

http://juremaoliveira

tecnologias.pbworks.

com/Atividade-4

Podemos visualizar a melhora das produções, pois

traduzem o aprendizado através do que escrevem.

Após os textos entregues, imediatamente começamos

a correção dos parágrafos, contexto, coerência,

palavras com letras trocadas e pontuações.

Esta fase da aula, aprendi com uma colega da escola,

que leciona na 4ª série há muitos anos e das turmas que ela trabalhou

encontramos alunos muito capacitados na área da escrita.

Esta prática foi aprendida com esta profissional.

Dá resultado muito interessante e de grande aprendizagem,

pois me parece que os alunos tentam uma espécie

de superação a cada texto apresentado.

Na quarta feira, (marcados anteriormente para ir ao A.I.)

em quartetos,deveríamos postar em blog o que esperamos já algum tempo:

As informações da SMAM pelo fone.

Não aconteceu, visto que não havia pessoal para nos informar novamente.

Fomos assim mesmo, sem informações para postar, sobre o arroio, porém

coletaram as informações sobre o trabalho que Vitor

pôs no blog sobre água doce e salgada no planeta.

Leram, copiaram, ouviram música na rádio kaboing

da banda Olodum.

Voltando para sala registros nos cadernos.

Com grande dificuldade eles voltam para sala,

e tem resistência aos cadernos.

Atribuo este fato, a facilidade que o computador

fornece, no sentido da leitura e talvez até do tipo

de letra nele visualizada. Na facilidadeda escrita(em que usam

somente dois dedos...) e no caderno precisam de mais recursos

físicos...

Só um palpite...

Na volta à sala, construíram panfletos sobre

a quantidade de água doce e salgada

no planeta.

Colamos em painel com desenhos ilustrativos.

Os alunos sentem imenso orgulho pela

apresentação de seus trabalhos

em corredor da escola.

Este aumento de auto estima

é de grande importância para aprendizagens posteriores, pois entendo que esta, seja como uma mola que impulsiona para "o saber mais".

Acredito que o caminho para sermos pessoas

de confiança dos alunos, devemos começar pelo

valor que damos a elas, pelo tempo que as ouvimos,

pela valoração de suas produções.

As informações da SMAM realmente não se concretizaram e

terei que ir pessoalmente na Secretaria.

Com certo detalhe:

A tarde (quando estou em outra escola), no horário

que saio já encerrou expediente lá.

Possibilidades???

Vou me esforçar, tentando outras fontes.

Às vezes penso que as informações

que pedi por e mail (2 vezes) e

por fone (quatro vezes) não existem.

Faremos caminhada pela rua da escola

na semana que vem distribuindo panfleto,

construído pelos alunos sobre a quantidade

der água doce e salgada no planeta e

o cuidado com o arroio.


*a imagem é de Gui fazendo uma votação na sala.

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1 Comentários:

Às 10:08 AM , Blogger Beatriz disse...

Já pensastes como esses alunos darão trabalho aos outros professores. Há muito pesquisadores da educação que dizem que as mudanças acontecem muito mais pela via alunos do que pela via cursos de formação continuada. Os alunos começam a ser mais exigentes e já distinguem um bom trabalho.
Um abração
Bea

 

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