Pedagogia/UFRGS/Aprendizagens

domingo, maio 16, 2010

Reflexão da semana 10 á 14 de maio


A semana foi diferente, mais reflexiva, mais "conjuminada", como diria uma tia-avó.


Percebi os alunos experimentando a sensação de misturarem as coisas que pensam e dizem, com as escritas de folhas e cadernos em sala de aula. Pude perceber isto nas opiniões escritas por eles.

Isso para meu trabalho foi uma grande conquista.

Ler opiniões que realmente expressam as idéias, os desejos ou aflições são momentos carregados de emoções variadas.

Estou satisfeita, pelo andamento desta semana.


Quanto a falta de comprometimento de alguns, que atrapalham o andamento dos que querem trabalhar, fiz fala, digamos... imperativa na 3ª feira. Pois exigi que em nada mais nos perturbassem, e que eu estaria presente e atuando com aqueles que estavam com vontade de viverem a 4ª série,. Quanto aos aos demais... Penso que o "gelo", serviu.

O respeito e o envolvimento nas atividades melhoraram.

As turmas com número muito grande de alunos é um ponto muito negativo para as construções.

As turmas com idades diversificadas trazem perturbações por desinteresse seja de ordem emocional ou cognitiva. Eles vivenciam experiências adversas. Nesta turma posso visualizar este quadro: meninos e meninas maiores pensando em namoro e o imenso vazio que estão sentindo com relação às famílias (comum nesta fase) . O interesse pelo que é mais agradável deixando de lado, sem pestanejar, as situações que exigem mais disciplina e tempo, como as escolares. E aqui penso ser necessária a minha constante presnça para lembrarem que é necessária sim, a escola.

E os menores, mais ingênuos, mais interessados nas aprendizagens novas, com sua curiosidade os levando para conquistas. Sem a ebulição hormonal que atinge os citados anteriormente. Com seu apego à família, ainda levando suas angústias aos pais, que assim se unem através dos questionamentos e a ligação é mais forte (próprio desta fase).


Desta forma a professora precisa observar tudo e todos, proporciona inúmeros acontecimentos na sala de aula, faz falas diferentes que hoje atingem alguns e amanhã outros, num embalo que tonteia! Não é possível negar.


Nas "Dicas para não pagar Mico" , tarefa que realizamos nas 3ª feiras fiquei bem surpreendida, pois o aluno que na semana passada, reclamou muito da ida ao A.I. dizendo que em casa é melhor, trouxe uma dica que foi copiada por todos.

Sobre o shared e suas possibilidades enquanto o pc esteja em risco.

Os outros ficaram surpresos pela habilidade que ele tem com pc e eu pela sua colaboração inusitada. As tecnologias finalmente o chamaram para a vida escolar. Pelo exemplo de seus saberes, pôde auxiliar a turma, finalmente. Esperei bastante por este momento. Estou feliz!

O not book (da escola) poderia ser meu aliado fiel, caso não fossem bloqueados os recursos de blog, g mail...internet, basicamente, pela secretaria de Educação.

E assim na 3ª feira quando programei um slide de Portinari com as imagens dos Retirantes e este não abriu, tive que espalhar pela parede o ppt, que resolvi imprimir na noite anterior, só por segurança.

Falamos sobre a falta da água em outros estados e que o artista retratou, nos Retirantes.

Um aluno disse que não havia gostado do artista, porque só pintava coisas feias. Assim expliquei que não só feias e que ele também fez desenhos lindos de crianças,felizes em sua terra natal.

O menino disse que queria ver.

Prometi assim que desse para abrir net

Mas falei que ele estava denunciando a falta de cuidado, que nós temos uns com os outros. Concordaram. Ficaram pensando como ajudar quem está sofrendo. E assim meu objetivo estava alcançado.

"Graças a Deus aqui não falta água assim, profe!"

" Eu já vi esta foto no livro"

" Eles não cuidavam da água deles professora?" E esta pergunta rendeu assunto sobre espaços diferentes no país.

Foi produtivo, todos perguntavam sobre o tal artista:

As releituras ficaram muito boas, mesmo com pouco tempo de trabalho foi bem produtivo.

Diziam o tempo todo estar gostando do que faziam.

Após houve reunião pedagógica e foi relatado por outros professores esta falta de comprometimento dos alunos das 5ª séries em diante. Minha preocupação aumentou.

Falavam em diversificar a aula, mas se na turma de estágio há um nível de aula diversificada bem amplo, com relação as aulas diárias da escola e não há interesse por número grande de crianças...

O que pensar?

Pensar em suas aflições como pré adolescentes?

Buscar ajuda de profissionais? Foi uma sugestão minha em reunião.

Outra foi incentivar a leitura, com "campainha do livro", para que durante o turno,ao sinal, combinado, seria o momento da leitura. Pois comentam que as produções textuais da 5ª em diante está péssima.

Foram aceitas.

Na 4ª feira, inalmente vi o trabalho se desenvolver!

Abri o blog todos logados conseguindo postar, uma beleza! Isto aconteceu com o uso de firefox. Não sei se há algo importante nesta informação, mas assim mesmo escrevo aqui.

A conversa no dia anterior parece que ainda prevalece. O respeito está sendo construído.

Iniciaram o dia e todos, sem excessão, leram site da água de 2 feira,( oqual não havíamos feito) adoraram, porque foi feito por alunos da 3ª série. Leram tudo que havia na aba da direita e anotavam muito.

Pedi que escrevessem sobre a água para postarem em blog.

Assim o fizeram.

As postagens foram simples, mas como já avaliei anteriormente, percebo que agora, os alunos conseguem entender o quanto é aprender, tanto nas salas de informática, de multi mídias e biblioteca. Antes se percebia que era "saída da sala", nada a ter de ligação com a aprendizagem.

Ouviram a musica de Guilherme Arantes e gostaram, evidenciando isto, através de falas e embalos, pedindo para ouvir o velho funk. O que desviei, demonstrando interesse, mas que tínhamos pouco tempo no A.I. O que não era mentira, mas preciso me preparar para escolhas de funks que não sejam negativos ao comportamento. Pedi que trouxessem cds e que eu ouviria, após ouviríamos. Penso que há letras que em nada acrescentam, pelo contrário. Estimulam a sexualidade e os palavrões como banais.

Após fomos para sala de aula e tratamos de solucionar algumas dificuldades pedidas por alguns alunos: Classificação de palavras em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

Quatro crianças pediram ajuda e assim achei que era mais apropriada a revisão do que a escrita da música.

Usamos falas de alunos que entenderam, para dar a explicação e escrevê-las no caderno:

"Oxítonas: são aquelas palavras em que "a" (sílaba, eu inseri) mais forte é a última que a gente escreve."

Aqui foi mesmo muito surpreendente o aprendizado. Pois ouve uma percepção e explicação que não aparece nos livros didáticos. E nem mesmo as professoras falam.

Qual é a última sílaba?

"Aquela que eu escrevo por último."

E neste momento deu para compreender em que entendimento eles andavam. Alguns realmente confundiam atrás e última.


Na 5ª feira nos concentramos nas leituras das opiniões dos alunos a respeito das releituras e de Portinari.

Li cada opinião em voz alta, sem dar o nome do aluno e ao final perguntava a todos se tinha sido bem explicada.

Eles gostam muito deste momento, alguns se identificam quando a leitura é feita outros ainda não, não questiono o motivo. Respeito seus desejos.

Após coloco no quadro o número de palavras que a pessoa "trocou as letras" e escrevo no quadro as palavras com ortografia correta, somente.

As quais, depois, foram classificadas em ox. parx. e proparox.

Falo se utilizou o parágrafo corretamente.

Nesta tarefa aprendi muito. Consegui resolver problemas simples, como ortografia insistentemente incvorretas, transformadas, através da conversa e avaliação oral. Muito interessante este tipo de trabalho, em grupo aberto e invesrtigativo.

Foram opiniões muito melhores em conteúdo do que as últimas lidas na sala. Penso que eles se estimulam a escrever porque querem receber os elogios e investigarem entre os colegas, sobre como estão se expressando. No geral foi muito legal. Apesar de que, novamente somente seis entregaram o material (três a mais do que a anterior). Espero que o número cresça.

Assistiram o filme: Ilha da Imaginação.Com a professora substituta, por algum tempo. A qual reclamou muito de comportamento da turma.

Penso que a dependência de comportamento, baseada neste ou naquele momento, nesta ou naquela presença, ainda é uma constante nesta turma. o que me faz andar um passo à frente e outro para trás.

Na 6ª feira iniciamos o dia com conversas intensas sobre o comportamento do dia anterior. Esclarecimentos sobre o que é realmente uma mudança de atitudes, o que ela traz de positivo.

Um aluno, se comprometeu em mudar, pois a professora tinha lhe dito que ninguém queria ser professora dele. No princípio ficou revoltado, dizia que estava bom daquele jeito, que ele não se importava...

Após muitas respostas e convencimentos, sobre a vida dele necessitar de estudo e, usando o conhecimento da família dele, disse o quanto a mãe necessitava que fosse bem sucedido nesta vida e que tudo começava na escola.

Não sei bem, mas pareceu comovido e propos uma mudança. A qual eu estaria perto para assistir.

Outra atividade que me fez bem feliz, porque inovei em minhas atitudes como professora, foi com as entrevistas na sala das turmas de alunos maiores.

Pude perceber ganhos em ambos os lados:

Alunos interessados, respeitando os outros menores, o que se observa nesta escola é o contrário. Porém aqui vimos o oposto. O que nos deixou (eu e o professor da turma) muito felizes.

Meus alunos interessados, cuidando da ortografia, pois estavam na sala dos maiores,a entrada no ambiente alheio com cuidado e respeito e principalmente a tarefa sendo realizada com gosto.

Foi bem interessante, comportaram-se muito bem. O inusitado sempre surpreende.

Observei interesse em responder as próprias perguntas e levá-las aos de casa.

Alguns debocharam no retorno à sala.

Na sala falei sobre os meios que os adolescentes usam para sentirem-se melhor que os outros. Que estavam errados, pois muitos adultos crescem achando-se feios, ou "burros", ou estranhos por causa destas formas erradas de se comunicarem. Dei outros exemplos, que pareciam inofensivos que ocorrem na sala, que escuto, e nada digo. Relatei.

As pessoas precisam de falas boas, para se desenvolverem e não de palavras negativas.

Fiquei satisfeita esta semana. Apesar de tantas cenas de violência...

As produções estão melhorando gradualmente. Mas o principal acontecido, que me deixa feliz são as ligações que conseguem fazer entre a vida diária e a vida escolar.

Esta semana finalmente consigo fazer reflexões positivas e isto está reforçando as mudanças como profissional. Todas as atividades novas, das quais nunca havia utilizado e que me propus neste estágio, sendo visualizadas com muito aproveitamento.

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1 Comentários:

Às 9:48 AM , Blogger Beatriz disse...

Maria Inês!! Que postagem maravilhosa!! Notas que estás cada vez mais forte no desencadeamento de um processo de negociação com eles? Ambas as partes estão tentando cumprir o que negociaram e já começam a perceber que vale a pena!! Tuas colocações relativas ao curso, que te ofereceu muitas sugestões de como trabalhar está sensacional. Gosto muito de que estás sempre trabalhando a teoria em cima dos fatos que acontecem na tua sala de aula: evidência e argumentação. Parabéns!!
Um abraçã
Bea

 

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