Pedagogia/UFRGS/Aprendizagens

domingo, maio 09, 2010

4ª semana de Estágio


Através de novas investigações a respeito dos desejos dos
alunos, em dar continuidade
ao processso estudo de caso do arroio, cheguei a conclusão,
feliz, que querem ainda seguir o que começamos.
Os alunos falaram em música, gostariam de cantar músicas.
Propus que podemos encaixar a música
em nossos estudos do arroio.
Basta trazerem o material e vamos
ver no que vai levar.
Minhas orientações era sobre algo que mereça nossa preocupação.
O grupo que fazia parte do ano anterior foi unânime em dizer, que o arroio
é caso grave de se estudar, mas principalmente de se investir em visitas, explicações aos que ali depositam lixo.
Uma reflexão interessante foi de uma menina que falou:
“Não são só as pessoas que moram por ali que põem lixo, é até o contrário, pois são pessoas que tem carroça.
Eles cobram para carregar o lixo das pessoas e elas sem saber pagam para sujar o arroio.”
O que fazer então?

“devemos ter uma guarda para cuidar disso sempre.”

“Vamos fazer uma passeata e dizer para as pessoas cuidarem dos carroceiros e espantarem”

“Isso!”
"Vamos fazer passeata sempre profe, porque tem muita gente que não ouviu ninguém explicar que é um arroio e não um valão."

Estes questionamentos me deram injeção de ânimo. Troquei os alunos para grupos de três, a conversa aumentou bastante, porém preciso fazer mudanças para experimentar, esperando pontos positivos.

Nesta semana estão menos agressivos, exigi respeito a duras penas.

Realizamos reflexões e avaliações em todos os sentidos, nas quais relataram que realmente,
estão fora da medida, no sentido da compreensão e respeito.

A falta de oportunidade no A.I. rendeu alguma mudança. O que me fez pensar sobre questionamentos iniciais no pead, em que falávamos em limites, presença de professor, como orientador e coordenador das combinações. Não gosto de ser ríspida, nem de falar alto. Mas esta turma exige muito a autoridade.

Realizaram a avaliação da higiene da sala, em que foi muito enfatizada a colaboração, como necessidade diária.
Notaram "que os alunos Pedro e o William sempre recolhem a lixeirinha para não espalhar pela sala" falaram dos dentes, que todos escovam, felizes, após o lanche. Algo que sempre conseguem fazer é apontar o outro. Falaram em "dois colegas que não gostam da escovação". Deram nomes, foi inevitável. Um deles não se defendeu outro disse que não gosta mesmo, mas que escova sempre. É sempre surpreendente a capacidade de apontar erros alheios no meio escolar. Enquanto eu insistia em que falassem sobre eles mesmos, mais apontavam para o outro.
Registramos e coloquei cartaz na sala.


Os alunos completaram seus trabalhos de A.I., depoimentos, usando assim duas idas ao ambiente. O que atrasou muito os acontecimentos.

Postar em blog o material depoimento do arroio, foi difícil. O blog não abria para visualização ou postagens, por isso usaram Word e eu, em horário extra sala, coletei com pen drive, pois não foi viável o uso de todos ao mesmo tempo, como havia planejado.
A minha coleta não foi fácil. Os momentos em sala de aula são intensos e não há espaço. A hora atividade está acontecendo de forma muito devagar na escola, com o que não se pode contar.
Foi bem complicada esta ida ao A.I. O rendimento foi pequeno.

Assim criei o blog e coloquei o material deles. Sem o uso da ferramenta pelos alunos.

O meu planejamneto para o A.I. ainda está extenso, não é compatível com a realidade. Eu gostaria que tudo acontecesse, mas não é nada como a vontade.

Avaliaram as idas ao A.I.:
"Fomos poucas vezes por dois motivos: falta de horários com responsável e falta de comportamento dos alunos".
“Lá a gente usa tudo do computador, é legal.”
Lá é difícil mas eu gosto.”
“Eu já sei tudo não quero ir mais, lá na minha casa é melhor.”
“Eu adoro professora”

Percebi que a maioria ficou envolvida, com o estudo do arroio, a partir dos questionamentos iniciais desta semana.

Em determinado momento, no retorno do a.I. a turma estava bem agitada e não conseguia voltar ao trabalho, então inseri uma história retirada do livro Raízes de Alvorada, que falava da escola Idalina quando iniciou.
Um ex aluno conta como foi estudr na Idalina há muitos anos atrás, relatava os castigos, as merendas etc. Escrevi no quadro alguns trechos para escreverem e refletirem. Foi muito interessante os questionamentos sobre o autor, as falas,e principlamente as relações que fizeram:
“Os castigos eram estranhos naquele tempo.”
“Hoje ninguém pode fazer isto com a gente”
“por que faziam isto profe?”

Falamos sobre ECA, violência e abuso, pedido de ajuda (onde?), proteção à criança, na escola em primeiro lugar...
Um menino ainda falou:

"No arroio devia ter lei também, para ser protegido."

Compreendi que as crianças fizeram costuras muito interessantes em suas falas simples, mas que continham sabedoria além do esperado. Esta atitude de fazer relação de um assunto entrando em outro, como aplicação do conhecimento adquirido, ainda não tinha percebido em forma oral, como neste caso.

Outro tópico interessante foi o mapa de Alvorada, colado no caderno.
Olharam os municípios, questionei sobre terem ido a tais municípios, momento em que todos contavam um pouco de história e de parentes.
Os alunos maiores sempre usam a conversa interessante para extrapolar o limite reagindo mal. Houve gritos, por parte de um aluno e desentendimentogeral. A aula legal novamente se transformou em caos e eu fico desanimada.
A professora Beatriz Corso diz que realmente não devo me apegar no que deu errado, mas no que está sendo positivo. Mas eu me pego sendo dura, chata, exigindo disciplina e perdendo oportunidades de crescimento de alguns.
Hoje refletia neste ponto da aula e pensava que não há como ser super, nem como estar presente em momentos de intervenção sempre, pois são quarenta alunos. Este pensamento não deve atrofiar a vontade de vencer o maior número de intervenções.



O Dia das Mães, como sempre é polêmico.
Alguns se comportaram de forma agressiva, outra chorou, outro se negou... Cada um contou em segredo, a história triste por trás daquele comportamento.
Neste momento houve respeito pelo não fazer e o negar-se ao envolvimento. Os colegas, todos, entraram numa aura de equilíbrio e respeito. Foi bem gratificante estar lá naquele instante e presenciar o ocorrido.

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1 Comentários:

Às 9:40 AM , Blogger Beatriz disse...

Amiga, já notas como , no teu relato, já há indícios de disciplina? Já há momentos muito interessantes em que falam e se ouvem? Só que processos de mudança são lentos e com sérias recaidas de vez em qdo. Havia momentos e que eu, na sala de aula, me dava conta de que tinha descido dois degraus e estava de novo no mesmo lugar. Mas não era verdade porque logo depois galgávamos rapidamete mais 3 degraus. E nesse vai e vem, o trabalho andava. Aliás, não vamos nunca nos esquecer que ser aluno já significa ter outra postura. Vejam nós adultos em qualquer curso! Não fazemos como eles?
Um abração
Bea

 

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