Pedagogia/UFRGS/Aprendizagens

sábado, outubro 10, 2009

EJA - Escritas Sociais



“Obrigados a se formarem na prática,
sem condições de sistematizarem suas experiências e sem possibilidades de terem acesso à pequena produção de conhecimento disponível, os educadores de adultos são obrigados ao eterno começar e recomeçar de práticas frustrantes e de vida curta.
É dentro deste quadro que o programa de educação popular do CEDI resolveu aceitar o desafio de poder, ao mesmo tempo que apoia programas de escolarização popular, sistematizar tais experiências e procurar criar as condições necessárias ao avanço do conhecimento neste campo.
Uma das questões que notamos como central e que mereceu uma maior sistematização é
a da metodologia da alfabetização de adultos. Normalmente levados por uma leitura mecânica
do chamado Método Paulo Freire, educadores de adultos têm aceitado o desafio simplista de,
escolhidas determinadas palavras ligadas à realidade do educando, desenvolver processos de
discussão e/ou aprendizagem que impliquem simplesmente na decodificação de tais palavras e na sua
silabação, visando à construção de novas palavras. Tais movimentos, além de se tornarem
mecânicos (como se o processo de alfabetização fosse um caminho linear de incorporação de novas
sílabas ao universo de aprendizagem do educando), acabam não considerando a experiência
acumulada por este educando e suas hipóteses à respeito de como tal processo de escolarização se
realiza.
O respeito ao universo do educando tão bem posto por Paulo Freire para os desafios de
ampliação de consciência não vêm se realizando no universo da aprendizagem dos códigos de ler e
escrever.” Regina Hara

Regina Hara deixa claro que as trocas e reflexões de educadores, através de ONGs ou grupos, são molas impulsoras do desenvolvimento para construções de redes.

Redes que se apoiem criando novas perspectivas para educação de jovens e adultos, que através de suas experiências, positivas ou frustrantes, caminhem para aplicabilidades que ofereçam aos educandos verdadeiros instrumentos de inserção na sociedade. Valorizando cada saber, distribuindo aos demais, num ambiente de discussões e crescimento.

Os educadores isolados, pouco prosseguem em sua caminhada pedagógica, centraliza-se e se for um educador que tem qualidades, mesmo assim se atrofia, pois não divide o que tem.

A tarefa educativa é solidária e não egoísta. Necessita de humildade para aceitar que está em conflito e que desistiu de inovar.

Os encontros de EJA nas redes municipais tornaram-se dia de "reuniões para rever os avanços"? Não seria tempo de análise dos elementos envolvidos na reunião?

Não faço parte do grupo de professores de EJA, gostaria de fazer, mas precisamos com urgência trazer de volta um tempo que perderam nossos alunos, seja por falta de recursos financeiros que tiveram na infância, seja por falta de acesso a escola próxima, seja por trabalho infantil, seja por ignorância de algum adulto... Estes adultos estudantes precisam de educadores que façam valer seus valores e potenciais na sociedade. Que ajudem a descobrir o potencial, quando este se escondeu do adulto, porque tantas vezes foi esquecido.


Regina Hara em seu texto conseguiu buscar resultados de aulas improdutivas, estéreis, frustradas, tanto para aluno como para professor, analisou cada passo e sugeriu a troca, como base para a mudança, não disse que será perfeito, mas apontou uma luz.

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1 Comentários:

Às 1:32 PM , Blogger Simone disse...

Maria Inês observo que fizeste a referência de onde tiraste a imagem dessa postagem. Isso é bem importante.
Tens trazido para o teu blog diferentes idéias dos autores vistos nas interdisciplinas e procurado comentá-las.
Referes: "precisamos com urgência trazer de volta um tempo que perderam nossos alunos." Como imaginas que isso pode ser feito?
Um abraço, Simone - Tutora sede

 

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