Pedagogia/UFRGS/Aprendizagens

domingo, junho 15, 2008

A sala e a Rua da Matemática







Através das pesquisas para concluir meu PIE, encontrei um universo que antes eu não fazia uso. Infelizmente a Matemática estava restrita à uma lista de conteúdos que dizia:
1ª série numerais, noção de quantidade e grafia, operações simples.
2ª série numerais quantidade e grafia, operações de adição e subtração com transporte e reserva, multiplicações simples...

Ao entrar em contato com a Matemática proposta nos PCNs e principalmente nas práticas reflexivas e de qualidade encontrada em revistas, blogs educativos e de colegas, conheci uma nova maneira de "contar" as coisas.
Projetos, objetivos e conteúdos trabalhados de forma informal e lúdica, mas com respostas científicas. E esta parte da compreensão está diretamente relacionada ao trabalho de Seminário Integrador, no resgate da Pergunta
Neste slide registrei alguns momentos que fazem parte da minha prática , agora, depois do PIE.


A sala de aula se torna diferente no resgate da pergunta. Pois sinto que são necessárias as trocas múltiplas. Sim, mais uma vez a pergunta reúne o grupo e traz soluções, nesta foto estamos tentando descobrir como funciona uma "máquina estranha" trazida por um colega. Tinha números e parecia ser para medir algo. Foi feita uma apreciação do material e discussão bem ampla. Chegaram a conclusão de ser uma fita métrica. Fizeram pesquisa em casa e trouxeram tipos de fita métrica que encontraram, compararam e concluíram que sim. Após medimos muitos objetos e colegas. Montamos uma tabela de medidas coletadas e partir dela realizamos trabalhos diários de operações e problematizações. Este trabalho acima de tudo nos faz sentir orgulho de nossas pesquisas.

Na rua as brincadeiras cotidianas, agora, vêm acompanhadas de intervenções e modificações que contribuem para uma visão voltada ao mundo da Matemática.
O manduca manda, exercita latelalidade, numerais, noção de espaço, frações, divisão... quando "manda" com objetivo:virar a esquerda oito passos largos, somente meninos!
A "Pula Corda" segue um ritmo diferente quando modificada. Neste trimestre pularam corda a partir de operações e estimativas. - Pablo, pule o número que soma tua idade e da Ingrid! - Dieniffer, pule o número que diz mais ou menos o número de degraus da nossa escada! - Douglas, pule o número que diz quantas janelas há no prédio da secretaria mais as da sala do Pré!
Na "Cabra Cega" entramos num vasto campo; probabilidades e estimativas, na lateralidade com noção de espaço, quando faço interferências construtivas, ao invés de deixá-los brincar a esmo. Mudo regras da brincadeira, faço combinações, tudo para fortalecer as intenções do jogo como: A cabra pode mover-se os outros sim ou não, dependendo da ordem que elejo, quem tem C no nome, quem já têm 9 anos, quem é menino ou menina e a cabra deve tocar adivinhando quem é.
No jogo de "Pega Sombras" fazemos uma contagem entre masculinos e femininos de pegagens de sombra (correr e pisar sobre a sombra do corredor) .As quais fizemos operações mentais e depois em montagens com dezenas e unidades, pois o número vai aumentando com o decorrer das vezes que brincam. Há sempre um novo pegador a cada segunda-feira (dia de Brincar na Rua).
As brincadeiras como motivo para calcular são sempre bem aceitas pelos alunos.
Trabalhamos na rua também com escritos na areia e com intervenções de amigos, na busca do conhecimento através da troca entre iguais. Cadernos de areia se dissolvem fácil, porém ficam guardados os procedimentos, o mecanismo, que se confirmam no caderno real.

Destaquei aqui algumas práticas diárias para ilustrar o entendimento que adquiri neste semestre.


" A autoridade coerentemente democrática está convicta que a disciplina verdadeira não existe na estagnação, no silêncio dos silenciados, mas no alvoroço dos inquietos, na dúvida que instiga, na esperança que desperta". Paulo Freire/ Pedagogia da Autonomia/ pág. 104/24ª edição/editora Paz e Terra/1996".

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