Pedagogia/UFRGS/Aprendizagens

segunda-feira, outubro 26, 2009

Língua Brasileira de Sinais


Apesar da educação para surdos ser restrita no século XIX , já haviam pessoas empenhadas em fazer com que surdos estudassem e levassem uma vida social, como os demais.
Porém ainda hoje, a educação de surdos recebe tratamento de diferentes olhares: os surdos são tratados como diferentes e doentes, que devem receber tratamento para recuperar audição. Pode-se observar este comportamento quando são propostas terapias para desenvolvimento da fala. E a cura, em si, para a surdez. Cabe salientar que nas instituições o surdo tem papel de quem não tem autonomia e não consegue se desenvolver sozinho, precisando sempre de interferência de outros. É conferido a ele, aquele que não tem suas faculdades completas, que por conseqüência disto não se desenvolve nem se integra como “deveria”. Além do mais necessita de tratamentos diferenciados, muitas vezes por caridade, não percebendo o quanto o surdo merece respeito à sua identidade e cultura, esquecendo de que somente não pode ouvir sons, que pode se comunicar normalmente por uma língua, que está dentro da sociedade, esta, entendida pela sociedade ouvinte como se fosse um auxílio ou uma forma a mais para se expressar. O que é um erro, pois a língua de sinais é o ato social, a expressão dentro da sociedade, que tem corpo e alma.
Há dois modelos, antagônicos, existentes até nossos dias,na concepção de surdez: o sócio antropológico e o clínico - o clínico mencionado acima, leva em consideração que a surdez é uma falha que precisa de conserto. A socio antropológica acredita que o indivíduo necessita de uso de sua cultura, seus saberes e sua expressão num âmbito social e afetivo, desenvolvendo-se de forma saudável e feliz.
Assim, a expressão e os conceitos de sensibilidade e moral, que muitos consideram ser natural nos seres humanos, é simplesmente o resultado da civilização, que contribui para a sua formação. Portanto a forma errônea como foram e ainda são tratados alguns surdos, retirando-os do convívio das ações e comportamentos sociais, somente são negativos à estruturação que estes tentam montar - tendendo a aumentar seu âmbito de conhecimentos - conforme Itard: “todas as causas acidentais, locais ou politicas tendentes a aumentar ou diminuir o número das nossas necessidades, contribuem necessariamente para alargar ou diminuir o âmbito dos nossos conhecimentos”
A proposta de Itard está viva para nosso tempo, em que, assim como ele percebe a importância do conviver, do estímulo, da aceitação, de quanto o universo de sinais é produtivo e eficaz, perdendo em nada para a língua falada, o mundo do silêncio é um mundo cheio de vida, de risos de normalidade.

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1 Comentários:

Às 4:57 AM , Blogger Unknown disse...

Olá! Adorei que escrevu longo comentário sobre surdos.
O filme é uma gracinha, apareceu (final) 1 moça loura conversando atriz morena, que era interprete no Xou da Xuxa na década 80, nome dela é Tany Mary. Abraços!

 

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